Resenha: Will & Will, John Green e David Levithan

11:00

Título: Will & Will
Autor: John Green e David Levithan
Gênero: YA contemporâneo, romance
Páginas: 352
Editora: Galera Record
Ano de Publicação: 2013




“Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra... Will Grayson. Os dois adolescentes dividem o mesmo nome. E, aparentemente, apenas isso os une. Mas mesmo circulando em ambientes completamente diferentes, os dois estão prestes a embarcar em um aventura de épicas proporções. O mais fabuloso musical a jamais ser apresentado nos palcos politicamente corretos do ensino médio.” – Sinopse oficial

Obviamente, nesse livro conhecemos dois garotos chamados Will Grayson, um escrito por John Green e o outro por David Levithan. 
O primeiro Will que temos contato é o do John Green. Ele realmente não se importa com o que os outros pensam e nem com nada. Ele é um garoto completamente fechado, que prefere ignorar os fatos e ficar de boca calada. Também temos seu amigo Tiny, um garoto gay, enorme, exagerado, extrovertido, namorador que não dá a mínima para opiniões alheias. 
Já o Will de David é um garoto que toma remédios para depressão, e que tem um péssimo relacionamento com todos, até com a mãe que sempre tenta se aproximar. E ainda há o problema de esconder de todo mundo a sua sexualidade. Entretanto a luz dos seus dias é Isaac, um garoto que conheceu pela internet há um ano e pelo qual ele está totalmente apaixonado. 
Então em um dia onde tudo está indo mal para esses dois garotos, eles se encontram e as histórias se entrelaçam.  
A primeira coisa que devo falar é que esse livro é vendido de uma forma totalmente enganosa. A capa com a silhueta de dois rapazes com corações espalhados, o subtítulo "um nome, um destino", a sinopse dizendo que o encontro improvável os levarão a coisas épicas.... tudo indica que o livro vai ser sobre o romance dos dois garotos, e isso não é verdade nem por um segundo. Ok que já falava logo de cara que o Will de John era hetero, mas por ele ser uma pessoa que não sai com ninguém, que não ligava pra garotas, me fez pensar que depois de encontrar o outro Will, a história ia tomar o rumo de descobertas pessoais e algo de gênero, mas NÃO. 
Bom isso foi decepcionante, mas ao menos a história conseguiu me prender por outros fatores. 
Para identificar qual ponto de vista é de qual Will, os capítulos narrados pelo personagem do David não apresenta letras maiúsculas em momento algum (inclusive em nomes), e sei que isso foi um problema pra vários leitores, mas isso não me incomodou nenhum pouco. 
O que me fez gostar da história foi que eu peguei pra ler este livro com a esperança de ler um YA gostoso sem uma montanha russa de emoções e acontecimentos como os últimos livros que eu tinha lido. E realmente o livro fluiu super bem, me prendeu e a escrita me agradou. 
No início foi meio difícil me apegar ao Will de David. A vida dele é complicada, porém isso não anula o fato que ele foi um babaca nos primeiros capítulos. Ele ficava repelindo a mãe quando ela tentava se aproximar e tratava muito mal os amigos. E por mais que na maioria das vezes a amiga dele merecia a grosseria, ele era cruel. Mas depois ele foi melhorando, e comecei a ver o outro lado da moeda e me senti mais próxima dele.
Já a parte de Will de John, de certa forma, foi sim sobre se descobrir (não da maneira como eu esperava claro) e é muito bonito o ver tomando as rédeas da própria vida, pois no início, os capítulos dele era mais sobre seu amigo Tiny do que sobre ele. É nítido que ele vive na sobra de Tiny. Essa foi a melhor parte da história pra mim: ver como o relacionamento dele com os outros e com ele mesmo evolui. A história continua sim tendo um foco grande em Tiny, mas dessa vez ao menos fica claro que Will que é o protagonista.
Também tive alguns problemas com Tiny, uma vez que ele parece gostar que Will esteja na sua sombra. Fica claro que ele tem um carinho muito grande pelo amigo, mas é sempre tudo sobre ele mesmo.
Outro problema: quando o Tiny aparecia na narrativa de David Levithan, a personalidade dele se perdia um pouco, erro grave.
Por fim, o que me incomodou foi a proposta de "a vida dos dois Wills se entrelaçando e isso tendo um impacto na vida um do outro", isso foi mal abordado no livro. Na verdade eu acho que eles deveriam ter feito um livro com três contos. Um com os personagens de John, outro de David e por fim um em que as coisas se encaixassem. Não me levem a mal, eu gostei do enredo da história, mas a sinopse e a capa foram totalmente enganosas e isso me deixou muito frustrada. Foi principalmente por isso que decidi fazer essa resenha, pra alertá-los desses erros GRAVES de edição para que possam aproveitar mais o livro. 
Sei que com todas essas ressalvas pode parecer que eu não gostei do livro, mas isso não é bem verdade, afinal grande parte das minhas decepções foi culpa da editora, e não do livro em si. Apesar de tudo eu me diverti muito com o livro. De certa forma ele foi "leve" e sutil YA contemporâneo que eu queria ler.
E ao menos o final foi sim perfeito em minha opinião, uma vez que ele me deixou suspirando e com um sorriso bobo no rosto. E isso é maravilhoso.
O livro não foi o que eu esperava que ele fosse ser, mas isso não significa que ele não foi bom. Deem uma chance, mas saibam que ele não é o que parece.

“O amor e a verdade estão ligados um ao outro. Eles tornam um ao outro possível, sabe?”

-Adriane

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4 comentários

  1. Oi Adriane! Tenho muita curiosidade a respeito desse livro, mas ainda não tive oportunidade de lê-lo... Adorei sua resenha e parece ser um livro muito bom ainda mais pelo fato de ter sido escrito por dois autores que eu gosto bastante!

    Grande abraço!
    eventualobradeficcao.blogspot.com.br

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    Respostas
    1. Também demorei bastante para ler esse livro, e apesar de tudo, a espera valeu! Bjs

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  2. Oiê!
    Engraçado, nunca tinha passado pela minha cabeça que talvez o livro tivesse como foco um possível romance ente os dois Wills! kkkkkkkkk Sempre achei que fosse uma história na qual um deles pudesse se aproveitar do outro porque têm o mesmo nome... Bem, acho que nós duas nos enganamos feio! Apesar disso, ainda tenho curiosidade de conhecer essa obra porque só li um livro do Green e gostei bastante.
    Bjss

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    Respostas
    1. É, acho que não que não somos boas em palpites hahaha. Não foi o melhor nem o pior livro que li de John, então acho que é legal dar uma chance a ele.
      bjs

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