Resenha: Flor de cerejeira, Alana Gabriela

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Título: Flor de Cerejeira

Autora: Alana Gabriela

Gênero: Romance, Drama, Jovem Adulto

Páginas: 315

Editora: Amazon

Ano de publicação: 2016

Nota: 5 estrelas

“Qualquer um pode cometer um erro.”

Yoko sempre teve uma vida relativamente boa e estável, participava da organização do Festival Cherry Blossom, tinha amigos com quem contar na escola, tocava violino e estava treinando para fazer parte da orquestra da Juventude de Macon quando tudo começou a dar errado. Seu pai se envolveu num grave acidente, que acabou matando um pai de família e, foi parar na prisão. Sem a referência paterna, e com todos os problemas financeiros que se acumulam, o distanciamento da mãe, Naomi, que está a cada dia mais se afundando em trabalho, Yoko vê o que sobejou, de sua família, totalmente desestruturado. Em meio à dor da perda, Yoko conhece Aidan Hirsch, um garoto que parece tão desestruturado quanto ela, taciturno e solitário, e que é capaz, acima de tudo, de não julgar, simplesmente ouvir. Aos poucos, um sentimento singelo e inefável ganha forma, surgindo uma história delicada de autoconhecimento, arrependimento, culpa e superação que poderá mudar a vida desses adolescentes se assim escolherem. – Sinopse oficial

Esse livro foi uma deliciosa surpresa para mim. Não que minhas expectativas fossem baixas, mas eu não previa que iria me deparar com um livro tão bom.
A história aborda muitos temas importantes como o bullying e sofrer calado. A protagonista, Yoko, é agredida fisicamente e psicologicamente de uma forma muito pesada ao longo do livro, tanto do filho do cara que o pai dela atropelou/matou, tanto das suas antigas “amigas”. Por tanto, a agressão que ela sofre envolve também o tema “fazer justiça com as próprias mãos” e até onde um ser humano pode ir quando possuído pela vingança.
Foi muito fácil pra mim me apegar a Yoko, mas não porque eu já passei um pouquinho pelo o que ela passou, mas sim porque apesar de tudo ela é uma menina muito encantadora que teve parte do seu brilho arrancado, mas nem por isso ele se torna inexistente. E um ponto enorme ao seu favor é que é impressionante o quanto essa personagem é forte, porque ela passa por maus bocados sozinha, sabendo enfrentar as suas batalhas e quando e o quanto ela devia envolver as pessoas que ela ama nessa história.
Também há o fato de Yoko trazer à tona a questão de aprendermos a falar e compartilhar nossa dor. Enfrentar nossas batalhar por nós mesmos é uma coisa, esconder o que você sente e o que está passando, é uma coisa bem diferente e bem sufocante.
Outro ponto da história é como o pai da Yoko, um homem tão bom, foi se envolver em um acidente fatal e terrível. Isso traz um toque muito humano ao livro, porque apesar de o pai da Yoko ser uma boa pessoa, ele desmoronou a vida de outras pessoas com uma ação terrível (dirigir embriagado) em um momento de escuridão interna. Qualquer um está sujeito a fazer algo ruim, e isso não anula o fato de você é uma pessoa boa, assim como não anula o fato de que fez algo ruim.
Ainda nesse assunto, é muito interessante ver o processo de a Yoko reagir ao que aconteceu. No fundo ela sente raiva do pai, por mais que o ame, pelo o que ele fez. O ocorrido trouxe consequências muito grandes não só dentro de casa para ela e para mãe, mas também no mundo a fora. Ela sofre constantemente por ser filha de quem é, mesmo que ela não tenha nenhum envolvimento com o acidente. Isso traz uma carga muito pesada para o livro, que foi bem desenvolvida.
Por fim, algo que me fez suspirar e aquecer meu coraçãozinho: o romance que essa história apresenta. Aidan, o protagonista masculino do livro, também tem seus demônios para enfrentar. Ver como eles lidam com isso juntos e individualmente é lindo e cativante. E também porque gosto muito de personagens “problemáticos”, principalmente em um romance. Portanto, meu ponto fraco foi atingido.
Mas o que fez a combinação de tudo isso ser maravilhosa, foi a escrita da autora. Eu realmente fiquei surpresa com a habilidade dela com as palavras. Eu mergulhei muito depressa nessa história de uma maneira intensa. Eu me senti estimulada a ler o livro, mesmo nos momentos em que a história estava mais pacata. Mesmo quando não estava lendo o livro, eu ficava pensando na história e querendo voltar para aquele mundo.
Esse livro ainda não possuí versão física, mas vocês podem encontrá-lo em ebook na amazon, enquanto eu mando infinitas vibrações positivas, para que esse livro seja publicado logo, porque ele merece.
Ps: O meu lado superficial implora para que essa capa maravilhosa nunca mude, rsrs

-Adriane

Unknown

8 comentários

Fuga da Rotina Literária27 de junho de 2016 às 22:23
Oi, tudo bem? Gostei bastante da resenha. Aborda alguns temas que só foram ganhando destaque ultimamente (mesmo que há muitos anos tenham existido- e persistido!): não só o bullying, como também o "fazer justiça com as próprias mãos". Fiquei curiosa para saber mais sobre o livro, confesso que aprecio livros que tenham essa temática. Obrigada pela indicação!

Abraços,
fugadarotinaliteraria.blogspot.com.br
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Carla Cardoso27 de junho de 2016 às 23:08
É nacional? *---* Cara, esse é o meu tipo de livro hahaha Eu amo livros dramáticos que fazem refletir e que tem personagens problemáticos. AMO! Dando uma de intrometida, mas uma autora nacional que gosto muito e tem muito dessa pegada de problematização é a L. L. Alves, se puder, dá uma olhada nos livros dela haha
Abraço!!

http://dna-literario.blogspot.com.br/
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Blog Livre Lendo3 de julho de 2016 às 15:20
Oi, Adriane!
Li ontem a respeito desse livro e fiquei encantada por saber que você já tinha lido! Adorei a sinopse dele e gostei mais ainda depois de sua resenha! Com certeza, já vou colocá-lo na minha lista! Parabéns pela resenha e obrigada pela dica! ^^
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Alana Gabriela4 de julho de 2016 às 20:40
Helloo, Adriane! Tudo numa nice?!
Eu já tinha visto o seu e-mail antes, muito obrigada, naquele dia eu estava precisando de ânimo e você me animou de verdade com suas palavras sinceras!! *-* Eu amei que você gostou do livro, fico muito feliz. Eu também amo personagens "problemáticos" acho que enriquece o romance e por isso fiz isso. O Aidan é minha crush ahahah!!
Beijin...
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